A posse de répteis como animais de estimação em casas está se tornando cada vez mais frequente. Por isso, é interessante saber quais seriam as características ideais de um hospital para répteis.
Quando um réptil chega à clínica, geralmente está em condições físicas deploráveis, embora não pareça à primeira vista. E, na maioria dos casos, os animais precisam de cuidados médicos imediatos, daí a necessidade de criar um hospital para répteis.
Como criar um hospital para répteis
Compartimentos adequados
O hospital para répteis deve ter recipientes de vários tipos e tamanhos. Por exemplo, para abrigar espécies arbóreas como camaleões ou iguanas, o recipiente deve ser grande o suficiente para acomodar galhos. Ou se forem espécies aquáticas, o recipiente deve ter banheiras. Em qualquer caso, devem ser espaços seguros não apenas para o animal alojado, mas também para os funcionários.
Pequenas cobras e lagartos têm uma grande capacidade de escapar pelas menores fendas.
É aconselhável posicionar esses recipientes de modo que o acesso do veterinário ao inspecioná-los seja confortável. Além disso, eles devem sempre permitir uma visualização, por isso paredes de vidro são recomendadas.
Algumas tartarugas e lagartos não identificam a transparência do vidro e tendem a acertá-lo pensando que podem escapar. Nesses casos, recomenda-se que as áreas mais baixas do recipiente sejam de vidro opaco.
Fontes de calor
Ao contrário de outros animais de estimação, os répteis são animais poiquilotérmicos e dependem das condições ambientais para manter sua temperatura corporal. Portanto, o veterinário é responsável por proporcionar condições adequadas de temperatura e umidade durante a internação.
Uma faixa de 25-32 ºC costuma ser adequada para a maioria das espécies domesticadas. Além disso, é preferível usar fontes radiantes colocadas na parte superior do terrário, como lâmpadas, radiadores ou luz ultravioleta.
No caso do uso de cobertores elétricos, recomenda-se colocá-los do lado de fora, em contato com as paredes, mas nunca perto da pele do réptil para evitar queimaduras.
Umidade
A umidade deve ser adaptada às espécies e às necessidades do animal doente. Um réptil com doença respiratória precisará de um nível mais alto de umidade. E uma espécie desértica, apesar de sua origem, também precisará de um certo nível de umidade.
Essas condições podem ser proporcionadas através de nebulizadores ou, simplesmente, permitindo a evaporação da água contida nos recipientes dentro do terrário.
Os camaleões, por sua vez, precisam necessariamente do uso de nebulizadores, pois bebem apenas as gotas d’água que se formam nas folhas das plantas.
Luz
A fonte de calor e luz pode ou não ser a mesma. E um ciclo de 12 horas de luz e 12 horas de escuridão se adapta às necessidades de quase todos os pacientes.
Esconderijos
A maioria dos répteis é ‘tímida’, e seu bem-estar depende da disponibilidade de locais para se esconder, como uma caixa ou o próprio substrato do terrário. Claro, desde que esses esconderijos não impeçam o seu monitoramento.
Alimento
Um hospital para répteis deve ter alimento para todas as espécies que abriga. Tartarugas e cágados, por exemplo, tendem a ser muito exigentes com a alimentação, o que pode levar à anorexia.
O melhor é oferecer vegetais de folhas frescas, frutas vermelhas como tomate, pimentão ou morango, etc. Além disso, também há as espécies insetívoras, para as quais é preciso fornecer larvas ou pequenos insetos, um por um, certificando-se de que os animais os consumam.
Manuseio
A maioria dos répteis hospitalizados será fácil de manusear devido às suas condições. E para os que não forem, recomenda-se fazê-lo em dupla, usando luvas ou toalhas.
O manuseio de cobras grandes ou espécies agressivas pode exigir dispositivos especiais de manuseio. E a entrada de espécies venenosas deve ser evitada em todos os momentos.
Banho
Muitos répteis, principalmente as tartarugas, se beneficiam de um banho diário, o que lhes dá a chance de ingerir líquido e aumentar sua temperatura.
Recomenda-se o uso de banheiras individuais para evitar o contágio de infecções.
A biossegurança em um hospital para répteis
Os patógenos que afetam os répteis costumam ser transmitidos por contato direto ou por fômites, portanto, é preferível manter os pacientes separados uns dos outros. Da mesma forma, os recipientes devem ser limpos e desinfetados periodicamente, e os equipamentos esterilizados.