Produção de peixes ornamentais em Minas Gerais é destaque no mercado pet

Produção de peixes ornamentais em Minas Gerais é destaque no mercado pet
Criação exige cuidados com a água, temperatura e alimentos, mas a manutenção não requer grande sofisticação
Atividade já reúne mais de 80 famílias de produtores rurais na Zona da Mata, impulsionada pelo retorno rápido do investimento e o destaque conquistado pelo animal no mercado PET
A piscicultura ornamental ganha espaço na Zona da Mata mineira, onde o setor mantém o maior polo de produção da América Latina, responsável por cerca de 70% do abastecimento ao mercado nacional. Desde os anos finais da década de 1970, produtores de arroz, café e leite migraram aos poucos para esse nicho de negócios, que reúne hoje mais de 80 famílias.
O aquarismo e os lagos ornamentais encontram muita praticidade na aquisição de equipamentos, como sistema de filtragem, iluminação e aquecimento, tornando de fácil manejo a manutenção de peixes no aquário. O comprador do peixe ornamental é o consumidor tradicional do setor de pequenos animais, o pet, ramo que vem crescendo no país.
Os peixes ornamentais têm sido encarados como opção ideal para quem mora em grandes centros e deseja ter um bicho de estimação com as vantagens da longevidade –  eles chegam a viver 10 anos –, de não produzir ruído, e nem espalhar fezes pela casa. A criação profissional exige pouco investimento inicial e utiliza pequenas áreas, além de necessitar de menor quantidade de mão de obra, em comparação a outros setores do meio rural.
No entanto, requer conhecimento específico por se tratar de organismos sensíveis. “Os peixes com os quais trabalhamos desde a reprodução, manutenção e engorda, no final do processo são vendidos vivos. É muito diferente da piscicultura de corte, mas a atividade oferece retorno rápido do investimento, em torno de cinco meses”, explica um especialista no assunto. A maioria das matrizes são retiradas da própria criação. A cada ninhada, são selecionados um ou mais indivíduos para se tornar matrizes.
O primeiro cuidado é na origem dos peixes. É preciso observar se o criador que cede a matriz ou lojista que a vende têm registros; se estão associados a algum grupo ou se dispõem de suporte. A origem do animal vai definir muito sobre o futuro dele. Uma vez adquirido o peixe, basicamente os cuidados são com a água, parâmetros físico-químicos, PH e temperatura, que não devem apresentar oscilação, a alimentação adequada.

A vantagem do setor é o grande número de espécies e variedades existentes. Não há um número exato, mas estima-se que existam em torno de 6 mil variedades que são oferecidas em todo o mundo. No Brasil as espécies liberadas pelos órgãos de vigilância e ambientais estão em torno de 2 mil. Entretanto, são realizados melhoramentos genéticos gerando outro farto número de variações.
Algumas espécies podem chegar até a 100 variações,. Quanto mais intenso o melhoramento genético, o que envolve mudança de cor, características de cauda etc, esse peixe se tornará  mais sensível, exigindo maiores cuidados. Normalmente, esses peixes são exóticos, não são nativos da região.

O mercado segue uma escala, abarcando desde o lojista que atenderá o aquarista. Alguns animais são mais sensíveis, exigindo estufas. Mas a produção é simples. “Pode-se começar com aquário pequeno, que no caso do betta é de 3 a 5 litros. Os mais sofisticados podem utilizar iluminação, ornamento e filtragem específicas. Mas num aquário cabem inúmeros recursos ao gosto do cliente”.

O mercado de peixes de água salgada é ainda incipiente. “O peixe de água doce é o mais popular no Brasil, mas o de água salgada tem preço bem mais caro. Nossa região é referência de peixes de água doce. Ainda não conseguimos produção estável de todos os peixes, são poucas as variedades por isso não atendemos nosso mercado consumidor interno portanto não exportamos. Estável é aquela produção onde se consegue o ano todo atender a maioria de seus consumidores”. Alguns peixes são sazonais ou ainda demandam técnicas para mantê-los em padrão suficiente para atender ao mercado interno”.
Além do clima favorável, da grande disponibilidade de água e da proximidade com os grandes centros, a região tem atraído um grande número de produtores, principalmente familiares, devido à vantagem de ser uma atividade barata e de rápido retorno econômico.
Piscicultura é tão importante que ganhou um  centro de pesquisa
Foi criado através dos governos federal e estadual um Centro de Referência em Piscicultura Ornamental de Água Doce, no Campo Experimental da EPAMIG de Leopoldina o objetivo do programa é o fomento da piscicultura na região da Zona da Mata e repovoamento dos rios. No local foi implantado um prédio específico para piscicultura, com infraestrutura completa para pesquisa.
O crescimento da piscicultura ornamental na região jogou luz a um setor que praticamente não era visto pelos órgãos governamentais. Por pelo menos quatro décadas, o criador desenvolveu sozinho sua atividade, sem apoio técnico e sem ajuda da pesquisa.
Anualmente, cerca de 12 milhões de unidades de peixes ornamentais são comercializadas em Minas Gerais. Estima-se que mais de 100 espécies são cultivadas em diferentes sistemas de produção, com destaque para aquelas que necessitam de pouca técnica de manejo e que são, em geral, muito prolíferas, tais como betta, espada, platy, molinésia, tricogaster e colisa.
Os criadores que trabalham com peixe ornamental têm que correr atrás de constantes inovações para apresentar ao mercado, seja na cor, no formato e no tempo de vida dos animais.

 

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