Pato-mergulhão

O pato-mergulhão é uma ave anseriforme da família Anatidae. Também conhecido como merganso do sul, mergulhador, patão e pato-mergulhador.

O Mergus octosetaceus só sobrevive em ecossistemas ambientalmente equilibrados, em especial aqueles em que há cursos d’água limpos e transparentes. Por causa dessa peculiaridade – e dada a delicada situação dos recursos hídricos do planeta no século 21 -, não é de espantar que essa ave aquática seja classificada como “criticamente em perigo” nas listas das espécies consideradas em sério risco de extinção.

No mundo todo restam menos de 250 indivíduos tentando subsistir em algumas áreas do Brasil. Por aqui, ainda são avistados de forma esparsa na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, e no Jalapão, no Tocantins onde é estimada uma população de cerca de 14 indivíduos sobrevivendo no Rio Novo. O maior grupo, com cerca de 100 espécimes, resiste na serra da Canastra, no sudoeste de Minas Gerais, em um trecho perto dos limites do parque nacional homônimo. A razão principal dessa surpreendente população está na excelência das águas do São Francisco e de alguns de seus afluentes em um pequeno trecho que vai do alto da serra até a parte baixa da cachoeira Casca d’Anta – o cartão-postal do parque -, em um raio de 50 quilômetros desde a sua nascente.

Atualmente, sabe-se que os mais terríveis inimigos da ave são a retirada da mata ciliar, o assoreamento do São Francisco, a expansão da agropecuária e o uso de agrotóxicos. “O crescimento do turismo desorganizado e a prática de esportes radicais nas proximidades de seu território também tiram o sossego desses animais, arredios e assustadiços.

Nome Científico

Seu nome científico significa: do (latim) Mergus = mergulhão; nome utilizado para definir ave aquática não identificada, mencionada por Plínio, Terêncio Varro e pelo poeta Horácio Flaco; e octo = oito; e setaceus, seta = com cerdas, cerdas. ⇒ Mergulhão oito cerdas.

Características

Seu bico longo, fino, serrilhado e recurvo é adaptado para capturar peixes com mergulhos de extrema destreza. Penacho nucal desenvolvido e preto (preto esverdeado no macho, menor e cor de chocolate na fêmea). Silhueta baixa quando nada. Grande marca dividida na asa. Pés vermelhos. Apresenta asa de 21 centimetros, a cauda de 10 centimetros, um bico de 3,2 centimetros em média e tarso de 4,2 centimetros. Mede cerca de 55 centimetros.

Subespécies

Não possui subespécies.

Alimentação

Sobe e desce rios encachoeirados à procura de pequenos peixes (Characidae).

A espécie necessita de correntes d’água 100% limpas e claras, protegidas por matas ciliares preservadas e com abundância de peixes, em especial o lambari.

Reprodução

São monogâmicos, com período reprodutivo entre maio e setembro, quando chocam até oito ovos por ninhada. Os filhotes nascem depois de pouco mais de 30 dias de incubação e permanecem com os pais por até cinco meses.

Nidifica em cavidades de árvores, rochas e terra à beira dos rios e riachos. É totalmente dependente do curso d’água onde vive. Voa baixo ao longo do rio, pousando em rochas, bancos de areia (praia) e troncos caídos na água. Uma das poucas aves brasileiras adaptadas a rios de regiões de planalto.

Hábitos

Freqüenta rios rápidos de montanha, mergulha muito. Vive em rios ou ribeirões com corredeiras, em regiões serranas. Principalmente em rios com fundo areno/rochoso e onde a coluna d’água é rasa, possibilitando a visibilidade do fundo indispensável para sua alimentação e caça de presas.

Distribuição Geográfica

Restrita a pouquíssimas localidades. Ocorre em Minas Gerais, Goiás e Tocantins. Registros históricos apontam a ocorrência dessa espécie em Mato Grosso, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Ocorria também na Argentina e no Paraguai. Foi divulgado recentemente um registro em São Paulo na Serra do Mar, Município de Salesópolis.

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