Os 7 efeitos secundários da cortisona em cães

A cortisona pode ajudar os cães em muitos quadros clínicos. Devido ao seu potencial imunossupressor, ela alivia os sintomas de doenças imunológicas e alergias, entre outras doenças. De qualquer modo, tem contraindicações.

A cortisona é um hormônio esteroide usado para uma ampla variedade de doenças em humanos. Pode ser administrado por via intravenosa, intra-arterial, oral ou cutânea, e tem como finalidade deprimir o sistema imunológico, o que reduz a resposta inflamatória e outros sintomas associados a doenças. A cortisona também é usada em cães, mas pode ter efeitos secundários.

Se você acabou de sair de uma consulta com veterinário e teve esse medicamento prescrito para o seu cão, recomendamos continuar a leitura. A cortisona é um aliado muito útil em alguns quadros clínicos, mas é necessário estar preparado para os possíveis efeitos secundários que podem surgir.

Como funciona a cortisona em cães?

Em primeiro lugar, é necessário ressaltar que a cortisona é o corticosteroide (princípio ativo) de vários fármacos, mas não é um medicamento único. Além disso, o termo “cortisona” geralmente se refere a vários compostos com ações semelhantes, mas que não são exatamente a mesma coisa. Dentre eles, destacam-se a prednisona, a metilprednisolona, a dexametasona e a hidrocortisona.

Todos esses fármacos são glicocorticoides sintéticos, com funções semelhantes às dos hormônios esteroides produzidos pelo organismo. Sua principal tarefa é deprimir o sistema imunológico do animal, seja humano ou cachorro, para evitar processos inflamatórios, doenças autoimunes, asma ou alergias graves.

Entre outras coisas, esses fármacos inibem a formação de ácido araquidônico e eicosanoides (prostaglandinas), grandes responsáveis pelas manifestações imediatas e não imediatas da inflamação. Também previnem a vasodilatação local, o que impede a formação de edemas e inchaços nas áreas afetadas.

Esses fármacos inibem a síntese de substâncias envolvidas nas respostas inflamatórias e alérgicas.

A cortisona em cães pode ter efeitos secundários.

 

Quais são os efeitos secundários?

Qualquer medicamento tem possíveis efeitos secundários, uma vez que perturba de uma forma ou de outra a fisiologia, local ou sistêmica, de quem o consome. Sob essa premissa, vamos apresentar os possíveis sintomas que um cão pode apresentar após a administração de cortisona, seja por via oral, intravenosa ou cutânea. Confira!

1. Imunossupressão

O efeito colateral mais importante da cortisona em cães e em outros pacientes é a imunossupressão. Esse fármaco evita que os glóbulos brancos cheguem ao foco infeccioso, mas também reduz a síntese de algumas substâncias que poderiam atuar como anticorpos na luta contra agentes patógenos.

Isso significa que o canídeo pode contrair infecções com mais facilidade. Conforme indica o site VCA Hospitals, até 30% dos cães tratados com corticosteroides acabam desenvolvendo infecções no trato urinário, por exemplo. Além disso, essas patologias não apresentam os sintomas comuns, uma vez que o próprio fármaco previne a ocorrência de coceira e inflamações.

2. Problemas gastrointestinais

Os corticosteróides podem causar ulcerações e perfurações intestinais em canídeos, de acordo com estudos. Isso pode ocorrer porque aumentam a produção de pepsina (uma enzima do trato digestivo), a azia e outros mecanismos que danificam o revestimento do estômago. Por esse motivo, a cortisona é frequentemente prescrita junto com protetores estomacais.

É muito normal que a cortisona em cães cause vômitos e diarreia, além dos eventos graves já mencionados.

3. Atraso na cicatrização de feridas

Conforme indicado em sites profissionais, os corticosteroides podem inibir a síntese e a remodelação do colágeno, proteína essencial para a manutenção da pele. Portanto, um cão medicado com esse grupo de fármacos pode ficar mais sujeito a feridas superficiais que permanecerão em sua epiderme por mais tempo.

4. Osteoporose

Em humanos, é relativamente comum que a osteoporose apareça como um efeito derivado do uso de cortisona e outros fármacos semelhantes. Esses medicamentos promovem a descalcificação óssea e, como resultado, até 50% das pessoas em tratamento de longo prazo com glicocorticoides podem apresentar fraturas nos ossos.

Esse efeito secundário não foi muito explorado no mundo canino. De todo modo, é necessário citá-lo, uma vez que foi observada redução da massa óssea em modelos animais de laboratório.

5. Aumento da micção e do consumo de água

Fontes já citadas argumentam que os corticoides podem aumentar a vontade de comer, a sede e, portanto, a taxa de micção. Seu cão pode demonstrar mais insistência para sair de casa, pois precisa se aliviar com maior urgência.

6. Diabetes

Os glicocorticoides são conhecidos por terem ação agonista à insulina. Esse hormônio sintetizado no pâncreas é muito importante, pois permite a entrada de açúcares (glicose) na célula do animal, para que possa utilizá-los como fonte de energia. Se a ação da insulina ou sua concentração for inibida, o nível de glicose no sangue aumenta e surge o diabetes.

7. Fraqueza muscular

A diminuição da síntese de colágeno e o anabolismo proteico causado pela cortisona também podem afetar os cães em tratamentos musculares. Observe muito bem seu nível de atividade e, se ela se reduzir ao mínimo, leve o animal ao veterinário.

Coleira e comprimidos para desparasitação

 

Notas finais

Tudo o que dissemos a você pode parecer muito alarmante, mas lembre-se de que os efeitos mais graves ocorrem em longo prazo, não se o cão tomar um comprimido por dia durante uma semana. Além disso, às vezes o uso de cortisona em cães é inevitável, pois não há outra maneira de tratar os sintomas imediatos de sua condição.

Por todas essas razões, recomendamos a você não pressupor o pior e se ater às orientações do veterinário ao tratar seu cão. Se o profissional perceber que os efeitos adversos são maiores que os benefícios do medicamento, ele vai encontrar uma via alternativa. Nunca interrompa o tratamento do animal por conta própria.

 

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