O reinado dos insetos gigantes

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Você sabia que já existiram libélulas gigantes? Graças ao registro fóssil, foi provado que, há milhões de anos, havia insetos gigantes que povoavam o nosso planeta.

 

Milhões de anos atrás, o céu estava repleto de insetos voadores, muito parecidos com as libélulas, que eram de um tamanho gigantesco. Afinal, naquela época, as condições atmosféricas e os animais estabelecidos na Terra eram muito diferentes daqueles que conhecemos atualmente.

Os cientistas examinaram várias hipóteses para explicar por que os insetos gigantes desapareceram e por que esses artrópodes são tão pequenos atualmente. No entanto, parece que a resposta está na evolução das aves predadoras daquela época, que adquiriram novas e bem-sucedidas formas de capturar suas presas.

Se você quiser saber mais sobre como esses insetos ficaram tão grandes e por que essas espécies acabaram desaparecendo, continue com a gente.

Os protodonatos: libélulas gigantes

O tamanho dos animais é o resultado da relação estabelecida entre seu corpo e as características fisiológicas e ecológicas do ambiente em que se encontram.

Durante o período Carbonífero (no final da era Paleozoica), existiam insetos de tamanhos muito diferentes dos que conhecemos atualmente. Um exemplo são os Protodonata, uma ordem de insetos extintos.

Eles eram voadores, com aparência semelhante à das libélulas, e alguns deles eram tão grandes quanto uma águia. Graças aos fragmentos de asas recuperados, sabemos que alguns chegavam a medir até 70 centímetros de diâmetro.

Os protodonatos são o maior grupo de insetos que já existiu na Terra. Dentre todos eles, Meganeura, Megatypus Meganeuropsis são os gêneros mais conhecidos.

O reinado dos insetos gigantes

O aparecimento e o desaparecimento dos grandes insetos

Após a descoberta dos restos fósseis desses artrópodes em 2012, cientistas da Universidade da Califórnia (Santa Cruz) especularam sobre a influência de diferentes fatores. Eles tentaram explicar como esses seres atingiram esse tamanho e por que acabaram desaparecendo.

O oxigênio

Durante o Carbonífero, a quantidade de oxigênio atmosférico era maior do que a atual. A quantidade de oxigênio de que um organismo precisa depende do tamanho do seu corpo: quanto maior o animal, mais oxigênio ele precisa.

Ao contrário de outros animais ectotérmicos (aqueles que regulam o calor corporal a partir do meio ambiente), a respiração dos insetos é realizada por meio de um sistema de traqueias. Ou seja, o oxigênio se difunde por tubos ramificados que irrigam o corpo todo.

Os insetos voadores daquela época precisaram se adaptar a diferentes concentrações de oxigênio, já que é preciso uma grande quantidade de energia para o movimento das asas. Por causa disso, uma das primeiras alterações fisiológicas que tiveram de experimentar foi a do seu sistema respiratório.

Portanto, uma vez que a quantidade de oxigênio naquela época era de 30% (superior aos 21% prevalentes atualmente), isso poderia explicar por que o tamanho desses animais era maior.

A predação

Existe outro possível efeito causador do tamanho desses insetos gigantes. Nesse caso, estamos nos referindo às interações competitivas por alimento com outros insetos aéreos e com vertebrados voadores:

  • pássaros,
  • morcegos,
  • pterossauros.

Tudo indica que a predação pode ser o fator que manteve o controle dominante do tamanho evolutivo.

Insetos gigantes: predação versus oxigênio atmosférico

Na era seguinte, a Mesozoica, durante o início do período Cretáceo, os insetos foram ficando cada vez menores, embora a concentração de oxigênio atmosférico tivesse aumentado.

Esse fato corrobora a hipótese de que a predação por outros voadores é a razão pela qual os insetos diminuíram de tamanho, uma vez que isso coincide com o momento em que as aves melhoraram sua capacidade de capturar presas e suas estruturas fisiológicas.

É verdade que o oxigênio influenciou o tamanho dos insetos gigantes desde o Carbonífero até o Triássico. No entanto, conforme indicado pelos cientistas Clapham e Karr em seu trabalho de pesquisa, parece que as interações dos insetos com as aves predadoras e sua capacidade de manobra aprimorada foram o fator decisivo.

Portanto, a evolução dessas aves foi responsável por esse evento, desbancando a hipótese do oxigênio como o fator principal.

O reinado dos insetos gigantes

Insetos gigantes, uma lacuna no tempo

Apesar das fascinantes descobertas obtidas a partir do registro fóssil, os autores ainda têm dúvidas se foi a predação, e não outro fator, que causou o fim do reinado dos insetos gigantes.

Essa incerteza se deve ao fato de que não há informações suficientes do registro fóssil de mais de 20 milhões de anos. Portanto, não é possível saber com exatidão quando esse evento ocorreu.

Por fim, embora haja uma lacuna no tempo que torna difícil encontrar a resposta que suscitamos ao longo dessas linhas, podemos pensar que os cientistas não estão muito longe da solução.

Afinal, faz todo o sentido que o período em que as aves se tornaram mais ágeis tenha coincidido com a diminuição do tamanho desses insetos.

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