Graviola

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Propagação/Formatação de Mudas
A propagação da gravioleira é feita através de processos assexuados – alporquia, estaquia, cultivo de tecidos e -enxertia (garfagem – o comercial) – e processo sexual via sementes. Para qualquer dos processos a planta matriz – fornecedora de ramos de tecidos, de gemas ou de sementes – deve ser vigorosa, precoce, sadia, e de boa produção. As sementes devem ser obtidas de frutos maduros e sadios e elas devem ser íntegras e vigorosas. Para formação de pomares comerciais utiliza-se mudas tipo enxerto que devem ser obtidas de produtores credenciados por organizações oficiais. Para pomares caseiros pode-se preparar mudas (via sementes) na propriedade rural.

Preparo de mudas via sementes: vinte quatro horas antes do semeio a semente é colocada em água fria para quebra de dormência. Sacos de polietileno com 35cm de altura x 22cm de largura e 0,2mm de espessura, recebem 6 a 8 litros de mistura formada de 2 partes de terra areno-argilosa e uma de esterco de curral bem curtido. Para cada m3 da mistura adicionar 200g de calcário dolomítico, 1,0kg de cloreto de potássio e 2,5 kg de superfosfato simples. A 2cm de profundidade coloca-se 2 a 3 sementes por saco e irriga-se; entre 20 e 35 dias (até 60 dias) dá-se a germinação. Os sacos são dispostos em fileiras duplas distantes de 60cm entre si e cobertos com sombrite ou folha de palmeira (50% de luz). Plantinhas com 5 a 10cm de altura são desbastadas deixando-se a mais vigorosa. 4 a 5 meses pós semeio, muda com 30 a 40cm de altura estará apta ao plantio definitivo. Para controle de pragas e doenças pode-se utilizar malatiom 50 CE e oxicloreto de cobre 50 PM, em pulverizações de 10 em 10 ou de 15 em 15 dias. A partir do 3o mês permitir, paulatinamente, a entrada de mais luz no viveiro. Manter substrato, no saco, úmido sem exagero.

Instalação do Pomar

Preparo do Solo:
Passa por derrubada, destoca, encoivaramento e queima (se área de mata)e controle de cupins e formigas completam. 3 meses antes do plantio efetuar aração (30cm de profundidade) e uma a duas gradagens. Em caso de correção de solo, aplicar calcário antes da aração (metade da dose) e antes da 1o gradagem (outra metade).

Espaçamento/densidade: O espaçamento varia de 4m x 4m (625 plantas/ha), a 8m a 8m (156 plantas/ha). A variação deve-se ao porte da planta, topografia do terreno, fertilidade, plantio consorciado ou não, definitivo ou temporário, condições climáticas. Em terreno plano utiliza-se 6m x 6m (quadrado), em área pouco acidentada 6m x 6m (triângulo); em solo fértil, rico em matéria orgânica 8m x 8m e sob clima tropical úmido 6 m x 6m ou 7m x 7m.

Coveamento/adubação básica: Covas devem ter dimensões 60cm x 60cm e ser abertas 60 dias antes do plantio separando terra dos primeiros 20cm. No fundo da cova coloca-se mistura de parte da terra separada com 20 litros de esterco de curral curtido e, 200 g de calcário; enche-se a cova com outra metade da terra separada mais 600 g de superfosfato triplo, 200 g de cloreto de potássio e 200g de calcário dolomítico (se não houve correção no preparo de solo).

Plantio: Deve ser feito em terrenos com altitude abaixo de 1.200m, próximos a estradas, em áreas planas a levemente onduladas. No início da estação chuvosa efetua-se o plantio. Retira-se o fundo do saco, leva-se a muda à
cova onde retira-se o resto do saco ao tempo em que se chega terra ao torrão comprimindo-a; a superfície do torrão deve ficar 2cm acima do solo. Prepara-se uma bacia com 10cm de altura a 30 cm do caule e cobre-se com 20cm de palha seca. Irriga-se com 20 litros de água e, em caso de ventos, tutora-se a muda (estaca enterrada ao lado que amarra a muda).

Tratos Culturais
Manter cultura livre de ervas invasoras roçando as ruas de plantio e capinando em coroamento (projeção da copa da planta).

Poda de formação: cortar broto terminal a 60cm do solo e selecionar 3-4 brotos bem distribuídos nos últimos 20cm de altura do caule para formação da copa (não permitir altura da planta acima de 2,2m).

Poda de limpeza – Eliminar ramos indesejáveis, ramos secos, doentes ou praguejados.

Adubação em cobertura – No início das chuvas aplica-se 15 litros de esterco de curral. A cada 3 meses aplicar 1kg da fórmula 10-13-15/planta, incorporando a 10cm de profundidade numa área com limites 1/3 para dentro até 1/3 para fora do limite da copa. Crê-se que a necessidade de água/dia da gravioleira está entre 3,5 e 4,0mm.

Consorciação – Como cultura secundária pode-se consorciar-se à mangueira; como cultura principal, aceitaleguminosas (feijão, amendoim, soja) ou milho, abóbora, batatinha.

Graviola

Pragas e Doenças

Pragas

Broca-do-Tronco – Cratosomus sp. Coleoptera, Curculionidae; O inseto adulto é um besouro convexo de cor quase preta; a forma jovem, lagarta (broca), é branca, com cabeça escura, sem patas. A fêmea ovipõe em orifício que faz na casca; a lagarta, saindo do ovo, penetra na madeira abre galeria no tronco e expele dejeções pelo orifício. O sinal do ataque é a presença de excrementos e exsudação pegajosa no tronco. Controle: injeção via orifício, de inseticida DDVP (10 ml. /10 litros de água).

Broca-do-Fruto: Cerconata anonella (Sepp.1830) Lepidoptera, Stenomidae. – O adulto é mariposa branca-acinzentada com 25mm de envergadura que põe ovos sobre flores e pequenos frutos. O jovem (lagarta), cor de rosa ou verde-pardo, roe a casca do fruto penetrando para seu centro, destroe a polpa e aloja-se na semente. Frutos atacados apodrecem e caem. Controle: queimar frutos atacados (planta e chão), pulverizar frutos com inseticida triclorfom 50 SC (Dipterex a 0,2%) ou fentiom 50 CE (Lebaycid a 0,15%) a cada 10 dias. Ainda usa-se ensacamento do fruto com saco de papel parafinado.

Como outras pragas, cita-se vespa-da-semente (Bephrateloides), moscas-das-frutas (Ceratitis, Anastrepha), lagarta-das-flores (Thecla) e tripes-do-fruto (Heliothrips) que podem ser controlados com paratiom, carbaryl, malatiom e fentiom.
Doenças
Em Viveiro: Tombamento de plantinha – (fungos Rhizoctonia, Fusarium) – Agentes atacam colo e raízes das plantinhas tombando-as. Controla-se, preventivamente, tratando a terra para enchimento dos sacos com brometo de metila. Como tratamento pós germinação, pulverizar colo das plantinhas com benomyl 50 PM (Benlate a 0,1%).

Em Campo: Antracnose: fungo Colletotrichum gloeosporioides Penz. – ataca ramos novos, flores e frutos pequenos provocando sua queda (umidade relativa e temperatura altas). Controle: oxicloreto de cobre 50 PM (200g / 100 litros de água) ou benomyl 50 PM (150g / 100 litros de água) em pulverizações intercaladas de 10 em 10 dias.

Podridão Parda: fungo Rhizophus stolonifer Sac. – ataca flores e frutos, na colheita e pós-colheita, penetrando através do pedúnculo causando podridão da polpa seguindo-se a mumificação do fruto.
Em Viveiro: Tombamento de plantinha – (fungos Rhizoctonia, Fusarium) – Agentes atacam colo e raízes das plantinhas tombando-as. Controla-se, preventivamente, tratando a terra para enchimento dos sacos com brometo de metila. Como tratamento pós germinação, pulverizar colo das plantinhas com benomyl 50 PM (Benlate a 0,1%).

Em Campo: Antracnose: fungo Colletotrichum gloeosporioides Penz. – ataca ramos novos, flores e frutos pequenos provocando sua queda (umidade relativa e temperatura altas). Controle: oxicloreto de cobre 50 PM (200g / 100 litros de água) ou benomyl 50 PM (150g / 100 litros de água) em pulverizações intercaladas de 10 em 10 dias.

Podridão Parda: fungo Rhizophus stolonifer Sac. – ataca flores e frutos, na colheita e pós-colheita, penetrando através do pedúnculo causando podridão da polpa seguindo-se a mumificação do fruto.

Colheita / Rendimento
Gravioleiras provenientes de sementes iniciam a floração no 3º ou 4º ano pós-plantio e as enxertadas já no 1º ano de vida. A produção comercial aos 3 e 5 anos; ela permanece produzindo por 10 a 15 anos. Sugere-se que os frutos sejam colhidos logo que a coloração da casca passar do verde escuro para o verde-claro (perda do brilho da casca e polpa levemente mole se comprimindo o fruto com dedo). Após colheita o fruto é colocado em prateleiras em ambiente com 22ºC de temperatura e 40-50% de umidade relativa. Seis dias após o fruto estará comestível durando 2-3 dias. Tem sido registradas produções de 32 t de frutos/ha (384 plantas de 6 anos – Havaí), 10 t/ha (238 plantas de 8 anos) de gravioleiras.

Aspectos Gerais e Agronômicos

A gravioleira é originária das terras baixas da América Tropical e vales peruanos; conhecida como guanábano (língua espanhola), soursop (língua inglesa) e corossolier (língua francesa) é fruta tropical importante nos mercados da América Tropical sendo a Venezuela o maior produtor sul-americano. A sua importância comercial no Brasil é pequena apesar da demanda crescente pela polpa do fruto no país, no Oriente Médio e na Europa (Alemanha e Espanha). No Nordeste brasileiro o município cearense de Trairi mantém plantios organizados dessa fruteira.

Botânica – Descrição – Variedades

A gravioleira é conhecida como Anona muricata, L, Dicotiledonea, Anonaceae. Tem hábito de crescimento ereto, pode alcançar 4 a 8m de altura quando adulta, abundante sistema radicular, caule único com ramificação assimétrica. As flores são perfeitas, hermafroditas, verde-escuras a verde-claras. O fruto, graviola – também conhecido como jaca-de-pobre, jaca-do-Pará, coração-de-rainha, araticum manso, é uma baga composta (sincarpo) com peso oscilando entre 0,4kg a 10 kg, comprimento médio em 30cm e formato de coração; a casca tem espículas carnosas moles e é verde-clara na colheita. A polpa é
branca sucosa. A semente com 1 a 2 cm de comprimento, peso 0,59 g (170 sementes/100 g) é preta na sua retirada do fruto passando a marrom dias após; de ordinário encontra-se 100 sementes por fruto.
A gravioleira é conhecida como Anona muricata, L, Dicotiledonea, Anonaceae. Tem hábito de crescimento ereto, pode alcançar 4 a 8m de altura quando adulta, abundante sistema radicular, caule único com ramificação assimétrica. As flores são perfeitas, hermafroditas, verde-escuras a verde-claras. O fruto, graviola – também conhecido como jaca-de-pobre, jaca-do-Pará, coração-de-rainha, araticum manso, é uma baga composta (sincarpo) com peso oscilando entre 0,4kg a 10 kg, comprimento médio em 30cm e formato de coração; a casca tem espículas carnosas moles e é verde-clara na colheita. A polpa é
branca sucosa. A semente com 1 a 2 cm de comprimento, peso 0,59 g (170 sementes/100 g) é preta na sua retirada do fruto passando a marrom dias após; de ordinário encontra-se 100 sementes por fruto.

100 gramas de polpa do fruto contém:

60 calorias 1 g de proteína
24 mg de cálcio 28 mg de fósforo
0,5 mg de ferro 20 mg de vitamina A
26 mg de vitamina C 0,07 mg de vitamina B1;
0,05 mg de vitamina B2

No Nordeste brasileiro predomina o tipo de graviola nordouestina crioula (com frutos cordiformes, pesando entre 1,5-3,0 kg, polpa mole, doce a sub-ácida). A EMBRAPA/CPAC (Cerrado) introduziu no país gravioleiras colombianas (1981); dentre elas, a morada que produz 40 kg de polpa/planta/ano, frutos grandes – 3 a 10 kg – redondo a cordiforme, polpa firme, sabor sub-ácido e é tolerante ao ataque de brocas.

Usos da Graviola

Planta: Alcalóides, como a anonina e a muricuna, são extraídos da casca do tronco, das folhas e das sementes; são destinados à produção de inseticidas.

Fruto: A polpa é consumida ao natural, com açúcar ou compondo refrescos, sucos e sorvetes apesar de ser de difícil digestão (1,8% de celulose). Prestando-se bem ao processamento a polpa é utilizada na indústria para produção de sucos concentrados, polpas congeladas, néctar, geléias, cremes, bebidas (Cuba), diuréticos e xaropes anti-escorbúticos.

Necessidade da Planta
Planta originária de regiões de clima tropical a gravioleira também desenvolve-se em regiões de clima subtropical e tem boa adaptabilidade ao Nordeste brasileiro. Requer temperatura média anual entre 25ºC a 28ºC (21-30ºC sem quedas abaixo de 12ºC), chuvas acima de 1.000 mm/ano bem distribuídos (100 mm/mês), com período seco na frutificação, umidade relativa do ar entre 75 e 80%. A região quente do semi-árido nordestino, com irrigação artificial, induz boa vegetação e produção à gravioleira.

A planta adapta-se a diferentes tipos de solos mas prefere aqueles profundos, bem drenados, ricos em matéria orgânica, ligeiramente ácidos – PH entre 6,0-6,5 – não sujeitos a encharcamento e argilo-arenosos. Os solos de aluvião, bem drenados, prestam-se bem à graviola.

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