Cuidados intensivos para aves de rapina

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As aves de rapina são um dos pacientes mais comuns nos centros de recuperação da fauna silvestre. Se você quiser saber quais são os cuidados intensivos geralmente aplicados a elas, vamos mostrar tudo neste artigo.

 

Quando uma ave de rapina chega a um centro veterinário, primeiramente é necessário descobrir a sua origem (se é um indivíduo silvestre ou se, pelo contrário, veio de um centro de falcoaria ou de educação ambiental), bem como as características da sua possível doença e o prognóstico de recuperação. Uma vez que o primeiro contato termina, é preciso proceder com os cuidados intensivos para aves de rapina.

Cuidados intensivos para aves de rapina

Manejo, contenção e hospitalização

Os mecanismos de defesa das aves de rapina variam de acordo com a espécie e o tamanho. A maioria tem garras formidáveis, talvez com exceção dos falconiformes, que utilizam mais o bico quando se sentem desconfortáveis com o manejo.

Ao manejar uma ave de rapina, é preciso levar a sua origem em consideração, pois um animal criado ou mantido em cativeiro estará mais acostumado ao contato humano.

De qualquer forma, ao capturá-las e inspecioná-las na chegada, é preciso garantir tanto a proteção do veterinário quanto a integridade do animal. É preciso prestar atenção especial para não danificar a plumagem, pois são aves que precisam da sua capacidade de voar intacta, e para não causar fraturas ou ferimentos por imperícia, sem falar no estresse que o contato humano gera na ave.

Geralmente, usar toalhas ou cobertores para envolver o animal reduz o perigo ao manuseá-lo. Além disso, se também cobrirmos seus olhos, seja com o próprio cobertor ou com um capuz, a ave ficará mais calma e menos estressada.

Dependendo do tamanho da ave, será necessária a presença de uma ou mais pessoas para auxiliar na inspeção.

Durante a internação, é preciso manter condições de higiene e de biossegurança para evitar infecções. Ao longo desse período, o contato com humanos ou outros animais deve ser o menor possível, especialmente no caso de aves jovens que podem ter o imprinting como consequência.

Cuidados intensivos para aves de rapina

Exame físico e triagem

Geralmente, a ave de rapina é capturada em um recipiente adequado e transportada para o centro de recuperação. Uma vez no local, antes de retirá-la do referido recipiente, é aconselhável inspecioná-la visualmente, pois assim já é possível obter muitas informações.

É preciso observar se há esforço excessivo ao respirar, se há desprendimento da asa, se a cabeça está inclinada… Nesse momento, podem ser detectadas situações que precisem de tratamento urgente.

A oxigenação ou a terapia com fluidos podem ser necessárias antes de continuar com o tratamento. Ou talvez seja necessário reposicionar uma articulação luxada, uma fratura exposta ou uma ferida antes de prosseguir, porém desde que o paciente esteja estabilizado.

Uma vez na clínica, será necessário pesar o animal para administrar eventuais medicamentos. Dependendo do tamanho da ave, é possível colocá-la na balança simplesmente envolvida por um pano, ou então será necessário pesá-la dentro do recipiente em que foi transportada.

Ao colocar a ave na mesa de inspeção, opta-se por deixá-la de barriga para cima, a menos que haja alguma dificuldade respiratória grave. Nesse caso, ela deverá ser mantida na vertical, contida por um auxiliar.

Cuidados intensivos para aves de rapina

Cuidados intensivos para aves de rapina: recuperação

Assim que a ave de rapina estiver estabilizada e fora de perigo imediato, ela deve ser transferida para uma instalação de reabilitação, onde tenha poleiros e superfícies adaptadas ao seu tamanho e espécie.

Complicações

Uma das complicações mais comuns ao manter aves em recuperação durante longos períodos é o aparecimento da pododermatite, também conhecida como ‘bumblefoot’. Trata-se de lesões plantares que aparecem quando as superfícies de apoio não são adequadas. Pode causar até mesmo a necrose da parte distal da pata e amputações, impedindo assim a soltura posterior da ave.

Outra complicação são os danos às penas, principalmente as timoneiras, localizadas na cauda. Para evitar que isso aconteça, durante a internação elas podem ser recobertas com papel radiográfico, formando uma espécie de envelope rígido para mantê-las isoladas.

 

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