Peixes ornamentais

Peixes ornamentais

Criados há séculos pelos orientais, que foram os responsáveis pela disseminação das técnicas de reprodução e manejo ao redor do mundo, os peixes ornamentais dão vida a lagos, tanques e aquários. Custam mais que os peixes de corte; em compensação, reproduzem-se mais rapidamente e demandam menos espaço. Como as espécies são geralmente pequenas, tanques de 20 metros quadrados comportam uma criação inicial, que já começa a ter produtos para comercialização a partir de três meses de engorda.

Os peixes da família dos Poecilídeos – como guppies (também chamados de lebistes), espadas, platis e molinésias – estão entre as espécies mais fáceis para a multiplicação. Os filhotes já nascem nadando, fortes, resistentes e se alimentando de ração e de plâncton (pequenos organismos aquáticos). Porém, demandam cuidado redobrado nos cruzamentos, para que não se percam as características das linhagens.

Os discos ou acará-discos, que são espécies um pouco mais caras e com grande oferta de variedade, são peixes que precisam de maior atenção. Eles são exigentes e devem ser criados em água ligeiramente ácida, com baixa alcalinidade e temperatura por volta de 28 graus. Já o acará-bandeira, além de mais tolerante em relação à qualidade da água, também é produtivo e precoce.

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1- acará bandeira; 2- acará disco; 3- carpa ornamental; 4- espada sangue; 5- lebiste; 6- molinésia macho

A criação de kinguios (os peixes mais comuns em aquários, principalmente os dourados) e carpas, oriundos de águas mais frias, é fácil e pode ser feita em tanques escavados na terra. Nesse tipo de instalação, a adubação é que irá garantir a oferta de plâncton.

Já os ciclídeos, espécies muito territorialistas, devem ser criados em aquários onde terão seu próprio espaço. Porém, há variedades que apresentam melhor resultado quando mantidas em reservatórios maiores e com áreas de refúgio artificiais.

Originários em sua maioria de águas tropicais, os peixes ornamentais vivem bem em regiões onde as temperaturas são altas. Por isso, para a criação em local aberto, o clima quente durante o ano inteiro faz do Centro-Norte a região mais indicada para a criação desses peixes.

Mãos à obra

INÍCIO – A escolha do tipo de peixe para criar é uma decisão muito importante para iniciar a atividade. Há muitas espécies com características e preços diferentes no mercado. Porém, na hora da compra, o que se deve levar especialmente em conta é a adaptação à região e ao clima do local de criação, além da linhagem adquirida. Outra recomendação é a preferência pela aquisição de peixes juvenis, pois são mais baratos que os adultos, ambientam-se com mais facilidade ao cativeiro e exigem pouco manejo para a formação de reprodutores.

ESTRUTURA – Existem várias opções para a criação de peixes ornamentais, como tanques externos escavados ou de alvenaria, caixas plásticas e também aquários. A construção de cinco viveiros para reprodutores e 20 para crescimento pode sair a 100 reais o metro quadrado. Antes, porém, é necessário fazer terraplenagem. Providencie também a tubulação de abastecimento e escoamento de água e a tela de proteção contra predadores. O sistema de circulação de água pode ser por gravidade ou artificial, com um custo inicial de seis mil reais para a aquisição de filtro e bomba para uma estrutura de dez mil a 12 mil litros de água.

ADUBAÇÃO – O cultivo pode começar em tanques de 20 metros quadrados, com a quantidade de calagem e adubação indicada pela análise de solo. O adubo químico (NPK) pode ser usado na quantidade de 150 gramas por metro quadrado de superfície. Uma opção mais barata é o uso de cerca de 300 gramas por metro quadrado de esterco de aves curtido. A adubação química deve ser acompanhada de algum tipo de matéria orgânica para o desenvolvimento do plâncton. Porém, há espécies que exigem adubação específica.

AMBIENTE – Eles preferem regiões com temperaturas mais elevadas, acima de 20 graus. Até dez graus, só tanictis, kinguios e carpas suportam. Em locais frios, providencie cobertura para os tanques. Uma alternativa é montar estufa para conter a perda de calor e assim manter a temperatura da água estável.

ÁGUA – Sua qualidade é fundamental para o bem-estar dos peixes. O pH, por exemplo, deve estar de acordo com a espécie escolhida. Em aquários, deve-se ter o cuidado de limpar diariamente a sujeira que fica no fundo do recipiente. Faça também todo dia trocas parciais de mais ou menos metade da água.

ALIMENTAÇÃO – O cardápio inclui seres vivos desenvolvidos naturalmente nos tanques adubados e ração oferecida diariamente pelo produtor. O consumo de um mês (100 quilos) sai a 200 reais. Há rações específicas para algumas famílias de peixes. Como complemento, há opções como náuplios de artêmia recém-eclodidos (que são as formas jovens de um minúsculo crustáceo), artêmias adultas, larvas de insetos e vermes. Bem nutridos, os filhotes levam de três meses a um ano e meio para se tornarem adultos e sexualmente maduros, tempo que varia segundo a espécie.

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