Escherichia coli: a bactéria dos mamíferos

A Escherichia coli é uma bactéria que geralmente vive dentro dos animais, mas existem cepas patogênicas que causam doenças intestinais. Assim, é importante conhecê-la para evitar que nós sejamos infectados por ela ou até mesmo os nossos animais de estimação.

Você certamente já ouviu falar da Escherichia coli (E. coli). Talvez porque você mesmo já experimentou o mal-estar que ela causa ou porque conhece alguém que passou por isso. No entanto, você sabia que os animais de fazenda são portadores (reservatórios) dessa bactéria?  

E. coli é considerada a bactéria de vida livre mais estudada. A maioria das cepas existentes é encontrada no cólon de mamíferos e aves (onde não causam doenças, mas sim ajudam a realizar processos digestivos). No entanto, fora do trato gastrointestinal, elas causam infecções em tecidos e órgãos vulneráveis ​​às toxinas das cepas patogênicas.

A seguir, vamos falar mais sobre esse patógeno tão interessante que pode afetar tanto seres humanos quanto animais.

Escherichia coli: um patógeno  

Existem vários sorotipos que causam esses distúrbios intestinais. Uma das cepas patogênicas mais estudadas até hoje é a Escherichia coli, produtora da toxina Shiga ou STEC. Esse tipo de bactéria cresce de forma ideal em temperaturas entre 7 °C e 50 °C.

Dentro da cepa STEC está o sorotipo O157:H7, que foi associado a grandes surtos de colite hemorrágica (CH) e de síndrome hemolítico-urêmica (SHU) que ocorreram nos Estados Unidos e no Canadá durante o ano de 1983.

Nos seres humanos, a infecção por E. coli causa dor abdominal, diarreia seguida de febre e vômitos entre outros problemas.

Reservatório animal

As STEC são encontradas no trato intestinal e são excretadas pelas fezes de uma ampla variedade de espécies, incluindo: animais de fazenda (tais como ovinos, caprinos e suínos), bem como outros mamíferos (gatos, cães) e aves (perus e galinhas). Os bovinos são o reservatório mais importante de STEC zoonótico.

Modo de transmissão e fonte de infecção

Uma vez que esse microrganismo é encontrado no sistema digestivo, a transmissão ocorre através de água e alimentos contaminados com fezes.

A maioria dessas cepas patogênicas é responsável pelos sintomas próprios da colite e, também, pode causar distúrbios mais graves, tais como a síndrome hemolítico-urêmica (SHU), que ocorre quando a toxina entra na corrente sanguínea.

Nos bovinos, as principais fontes de infecção são a água potável, os alimentos e o meio ambiente. Dessa forma, também serão portadores da bactéria os animais selvagens ou animais de companhia que viverem na mesma área que os bovinos.

Nos seres humanos, o contágio ocorre por via oral-fecal. Já houve casos de animais de estimação que transmitiram a bactéria aos seus donos através dos excrementos.

A ingestão de frutas e vegetais também já foi associada como um método de contaminação, pois, em algum momento durante o seu cultivo ou colheita, podem ter entrado em contato com as fezes de animais portadores da cepa.

Como consequência do reservatório natural dessa bactéria, o consumo de carne crua ou mal cozida e de laticínios, bem como o manuseio de alimentos contaminados e os utensílios de cozinha utilizados para o seu preparo, representam um risco à saúde humana e um aumento nas chances de contágio.

Tratamento da infecção por Escherichia coli 

Na verdade, não existe um tratamento com antibióticos para eliminar a bactéria. O mais recomendável é incluir uma quantidade suficiente de líquidos na dieta para evitar a desidratação.

No entanto, em caso de SHU, a pessoa deverá ser hospitalizada. O paciente estará sob vigilância contínua e deve haver um controle dos eletrólitos e líquidos perdidos, uma vez que os rins perdem a sua funcionalidade normal.

Controle e prevenção

O controle adequado de STEC nos bovinos deve estar voltado principalmente para a fonte de contaminação, ou seja, o reservatório animal. Para isso, é necessário tomar medidas para reduzir a colonização intestinal dos bovinos por essa bactéria, como:

  • Vacinação.
  • Modificação da dieta.
  • Tratamento com probióticos.

Quanto aos seres humanos, as medidas de prevenção se concentram na boa higiene e na aplicação de conselhos para a segurança alimentar sugeridos pela Organização Mundial da Saúde (OMS):  

  • Lavar as mãos com frequência.
  • Manter limpa a área de preparo dos alimentos.
  • Lavar bem as frutas e os legumes.
  • Evitar o consumo de leite cru e de carne mal cozida.
  • Aplicar a temperatura adequada aos alimentos para matar a bactéria (> 70°C).
Escherichia coli: a bactéria dos mamíferos

A prevenção é essencial

Embora a E. coli seja uma bactéria que causa doenças importantes – como as já mencionadas – não devemos nos esquecer de que a maioria dos microrganismos desse tipo faz parte do nosso corpo e do corpo dos animais. Ou seja, contribuem para inúmeros processos, como, por exemplo, a absorção de nutrientes no intestino.

Para evitar a infecção por cepas patogênicas, devemos seguir certas diretrizes de higiene e de preparo dos alimentos.

 

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