Cuidando de um Filhote de gato – instruções básicas

Cuidando de um Filhote de gato – instruções básicas
I. Considerações Gerais
Ter um gato envolve prazeres e responsabilidades. Ao chegar, o filhote deverá receber muito carinho e atenção, a fim de que se acostume com a sua nova família e habitat o mais rápido possível. Nunca devemos esquecer de que a saúde de seu amiguinho dependerá de você.
Inicialmente nosso amiguinho deve receber um nome e passar a ser chamado por esse sempre, para que no futuro ele atenda o seu dono quando este o chamar.
Nos primeiros dias deve-se ter paciência para obter sucesso nos ensinamentos.
Eles podem ficar escondidos, assustados, fazerem as necessidades fora do lugar, deixarem de comer e beber água e mudar de comportamento em função do novo ambiente e novos tutores, mas com amor e cuidados a situação não deve demorar mto para normalizar.
Sempre exercite seu filhote e dê a ele oportunidade de fazer o xixi e cocô imediatamente após acordar, alimentar-se e/ou brincar.
O segundo passo é realizar um check-up veterinário para saber de suas condições de saúde e iniciar o esquema de vacinação e vermifugação do animal, medidas estas de grande importância para a vida futura do animal bem como de seus proprietários.
II. Vacinação
Em termos imunológicos, o conceito de vacinação é o uso da resposta de memória ao antígeno, para eliminação de patógenos antes que estes causem moléstia. Portanto a vacinação visa à prevenção ou regressão e desaparecimento de determinadas doenças.
O esquema de vacinação do gato inicia-se aos 60 dias de vida, sendo o seguinte:
1ª dose de vacina quádrupla —————- 60 dias de vida
2ª dose de vacina quádrupla —————- 90 dias de vida
Anti-rábica ————————————- 90 dias de vida
Revacinação anual com vacina quádrupla e anti-rábica
A vacina quádrupla promove imunização contra o vírus da:
Panleucopenia felina: é causada por um vírus pertencente à família Parvoviridae, sendo classificado como parvovírus felino. Este vírus é encontrado em todo o ambiente e é altamente contagioso. Seu reservatório são os próprios gatos, sendo transmitido através do contato direto entre animais doentes e susceptíveis, por meio de alimentos, água contaminada, excreto, vômito e também por aerossóis, em casos de comprometimento do trato respiratório.
Rinotraqueíte: é uma grave doença que ataca o aparelho respiratório de gatos. É causada pelo Herpesvírus Felino 1 (HVF-1). O HVF-1 é transmitido por contato direto de gatos infectados a gatos com baixa imunidade, geralmente filhotes. Gatos recém-nascidos possuem anticorpos maternos que os protegem da infecção, mas à medida que eles começam a perder essa imunidade, tornam-se altamente suscetíveis. Outros fatores que contribuem para a infecção são: subnutrição, higiene pobre do local e tamanho da população.
Calicivirose: É outra séria infecção respiratória dos gatos. Os sinais da infecção são febre, falta de apetite, e corrimento nasal, mas gatos infectados também podem apresentar úlceras na língua. A transmissão é obtida através dos corrimentos infecciosos e macro gotículas que entram em contato com a mucosa oro nasal.
Clamidiose: O agente causal pode se disseminar através das secreções dos animais acometidos. São comuns as seguintes vias de transmissão: contato com objetos contaminados, como gaiolas, comida, água, panos, escovas e pentes. Contato direto com boca, focinho ou descarga ocular de gatos contaminados. Gotículas em suspensão causada por espirros e tosse. Gatos portadores, apesar de não apresentarem sintomas, podem disseminar o agente (principalmente após eventos de stress). Apesar de incomum é possível a transmissão à humanos (zoonose), causando nestes a conjuntivite.
A vacina anti-rábica realiza a imunização contra o vírus da raiva que ataca o sistema nervoso do animal, levando- o a alterações de comportamento como fúria, ou calma excessiva, olhos fixos e inexpressivos, salivação excessiva e aberrações do apetite, podendo também ocorrer paralisia.
O esquema de vacinação, bem como a sua realização deve ser feito apenas pelo médico veterinário.
Após o inicio do esquema de vacinação o proprietário irá receber a carteirinha de vacinação contendo os dados do animal, o selo da vacina, a data das vacinações e o visto do médico veterinário. Essa carteirinha é o comprovante de que seu animal esta imunizado.
III. Controle de Parasitas
Endoparasitas
Os endoparasitas são aqueles que se alojam no interior do organismo do animal, podendo causar sérios prejuízos a saúde do gato. Os mais comumente encontrados são os parasitas gastrointestinais, renais e circulatórios.
O contagio se dá através da via transplacentária em recém nascidos, através de ectoparasitas e através de contato direto ou indireto com fezes e urina de animais contaminados.
O controle e a prevenção se dá conforme utilização de vermífugos.
Para conseguir bons resultados, a vermifugação deve ser realizada pelo médico veterinário, que irá determinar o principio ativo e a dose adequada, associando a vermifugação a requisitos básicos de higiene do animal.
O programa de vermifugação inicia-se com filhotes de três semanas de vida e prossegue sendo feito a partir daí um programa profilático a cada quatro ou seis meses de intervalo durante toda a vida do animal.
Ectoparasitas
Os ectoparasitas são aqueles que se alojam por sobre o corpo do animal, causando distúrbios dermatológicos e sistêmicos. Os mais comumente encontrados são as pulgas, carrapatos, ácaros e piolhos.
O controle destes parasitas se da pela orientação do médico veterinário, que irá determinar o principio ativo, a dose adequada e o intervalo de utilização do medicamento a ser utilizado, associando a requisitos básicos de higiene ambiental.
IV. Banho e Higienização
O primeiro banho do gatinho só deve ser feito após ele ter recebido a última dose de vacina. Antes desse período o que se recomenda é a realização de banhos secos, realizado em locais apropriados e com a orientação de um médico veterinário.
O mais indicado para a realização dos banhos após o término da vacinação, é que sejam feitos em locais especializados, onde todos os cuidados são tomados.
No mais o que se recomenda é que eles sejam feitos em intervalos quinzenais ou mensais.
Para se realizar banhos em casa deve-se utilizar sabonete neutro ou de preferência produtos específicos para gatos. O banho deve ser feito em período quente do dia e utilizar água morna. Deve-se tomar extremo cuidado com as orelhas do gato impedindo a entrada de água utilizando algodão e deve-se secá-lo com toalha e secador.
O ato de escovar os pelos deve ser feito diariamente, principalmente em gatos de raças de pêlo médio e longo, devendo utilizar raspadeiras e/ou escovas próprias para gatos, podendo utilizar perfume somente específico para gatos.
A tosa é um ato de embelezamento e higiene para o gato, que deve ser realizada conforme o crescimento do pelo e o padrão da raça do animal (algumas raças não necessitam). A tosa deve ser realizada apenas em locais especializados com profissionais capacitados.
Outros fatores de higienização do animal como a limpeza dos olhos, orelhas, dentes e unhas devem ser feitos e/ou recomendados pelo médico veterinário.
Lembre-se que o gato é um animal extremamente higiênico, e ele mantém-se constantemente limpo.
. Alimentação
Uma dieta adequada é essencial para que o animal tenha uma ótima saúde e desenvolvimento em todas as etapas de sua vida.
O gato deve permanecer com a mãe até o desmame. Após este período o proprietário deve fazer a introdução da alimentação que o animal receberá, optando por ração. Sabe-se hoje que o mais indicado para o animal é a administração de ração.
Para cobrir todas as necessidades energéticas diárias, o alimento deve conter de maneira equilibrada proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas e minerais.
As necessidades protéicas no gato são bastante elevadas, onde estas fornecem aminoácidos essenciais para o seu crescimento e renovação dos tecidos.
As gorduras fornecem a energia, e também ácidos graxos essenciais que sintetizados atuam na renovação da pele e no funcionamento hepático. Deve-se salientar que o excesso de gorduras leva ao risco de um excesso de peso e suas conseqüências.
Os gatos requerem um regime alimentar rico em vitaminas, já que seu organismo não as sintetiza em quantidades suficientes, mas cuidado com o excesso que pode causar grandes transtornos em especial, problemas ósseos. A vitamina A é indispensável à visão e a pele e as vitaminas do complexo B intervêm na utilização das proteínas, das gorduras e dos carboidratos.
A utilização de minerais serve para prevenir a aparição de eventuais casos de cálculos que podem vir a obstruir as vias urinárias, onde o alimento não deve conter demasiadas taxas de material mineral, o suficiente para manter o PH urinário ligeiramente ácido.
Inicialmente, a mudança de alimentação materna requer certa paciência. O gato deve receber alimentação à vontade diariamente quando ração, devido ao seu instinto alimentar, onde ele regula bem o seu consumo energético, mas deve-se acompanhar a evolução do peso do animal. A água a ser oferecida deve ser filtrada e estar sempre fresca e a vontade para o animal. O gato é um animal que bebe pouca água por isso produz uma urina bastante concentrada.
No uso da ração, o médico veterinário irá instruir sobre qual tipo de ração é a mais indicada, existindo variações grandes entre marcas e a faixa etária do animal.
A administração de complexos vitamínicos e/ou minerais fica a critério do médico veterinário.
A alimentação e a água devem ser ofertados em vasilhas distintas e específicas para com a idade e a raça do animal. O local de alimentação deve ser escolhido e mantido pelo proprietário, de preferência que de fácil acesso para o animal e para a realização da limpeza.
VI. Habitat
O local onde o animal irá comer, dormir, fazer suas necessidades e permanecer fica a critério do proprietário, salvo alguns casos extremos onde o veterinário deve ser consultado e orientar.
Esses locais devem ser de fácil acesso para o animal e para o proprietário, devem ser abrigados da chuva, arejados, limpos e secos.
O local de dormir pode ser uma casinha, cesto, almofada ou lençol, onde deve ser mantida uma constante higiene. O animal deve ser ensinado a realizar as suas necessidades em local apropriado, de preferência uma caixa sanitária contendo granulado específico, podendo-se utilizar produtos que auxiliem no adestramento.
A limpeza desses locais deve ser feita regularmente. Podem-se utilizar os produtos de limpeza habituais do dia-a-dia, salvo em casos que os animais manifestarem um processo alérgico a esses. Durante a limpeza retire o animal e só permita a sua volta após a total limpeza do local (limpo e seco).
VII. Considerações Finais
Deve-se ter em mente que o animal age por instinto, e assim suas atitudes se caracterizam como se ele estivesse “livre” na natureza. Portanto ele deve ser educado insistentemente e corretamente a fim de que seja adaptado dentro de sua nova realidade, juntamente com seu novo lar e família.
Além do seu instinto animal o gato possui uma forte personalidade, e esta deve ser respeitada e combatida, mantendo-se um equilíbrio.
Vale salientar que para repreender o animal deve-se utilizar principalmente o olhar e o tom de voz, pois gritos e surras não adiantam para adestrá-lo e só servem para o tornar inseguro e medroso. Lembre-se que quando o gato realiza algo corretamente ele deve ser recompensado, para assim estimulá-lo a possuir o instinto que se enquadre na sua nova vida.
– Eu recorri aos sprays de água com o Panqueca, o único que consegui e precisei educar mesmo. Na hora de recompensar sempre dei as balinhas de Whiskas Temptations.
Lembre-se que hoje em dia encontra-se disponíveis no mercado toda uma linha de produtos especializados para gatos. Assim procure sempre utilizá-los rotineiramente, o que será ótimo para o gato e ótimo para o proprietário.
Tome muito cuidado com produtos químicos, inseticidas, raticidas, desinfetantes, plantas tóxicas e objetos que podem ser engolidos ou causarem ferimentos nos animais.
Caso você perceba algo de estranho fisicamente ou no comportamento do seu animal, procure imediatamente o seu médico veterinário de confiança e ele indicará qual o problema e qual a melhor solução. Uma visita trimestralmente ao médico veterinário, mesmo que o animal não apresente alterações, é indicada para mantê-lo sempre com a saúde em perfeitas condições, assim nem o animal nem os seus proprietários terão problemas.

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