Coelho borboleta: cuidados, comportamento e alimentação

O coelho borboleta, com a sua personalidade simpática e curiosa pelagem, vai deliciar o seu dia a dia. Aprenda aqui o que ele precisa para ser feliz.

 

O coelho borboleta surgiu no final do século XIX na Inglaterra, fruto de um cruzamento orquestrado pelo ser humano, cujo objetivo era buscar a estética que o define. Esses lindos lagomorfos são caracterizados pela linha preta que desce por suas costas, até as patas traseiras.

Essa raça de coelho tem uma aparência única, mas ainda faz parte da mesma espécie de todos os coelhos domésticos (Oryctolagus cuniculus domesticus). Como qualquer outro lagomorfo domesticado, a vida em cativeiro requer uma série de cuidados específicos para que seu bem-estar seja garantido.

Características do coelho borboleta

O coelho borboleta é de tamanho médio – pesando de 2 a 3 quilos – e sua expectativa de vida é de 8 a 12 anos. Seus hábitos são crepusculares, o que significa que seus maiores picos de atividade ocorrem ao amanhecer e ao entardecer.

São coelhos de pelo curto, o que os torna mais fáceis de cuidar do que outras raças, como o coelho angorá. Em todo caso, é aconselhável pentear seu pelo, principalmente em épocas de troca, para que os animais não engulam muitos fios e acabem com uma impactação intestinal. Uma impactação pode ser muito perigosa para essa espécie.

Um coelho borboleta deitado.

 

Comportamento

O coelho borboleta se caracteriza por ser muito ativo e curioso. Esses seres vivos são sociáveis, e exigem atenção e exercícios diários. Neles você encontrará um companheiro amoroso, enérgico e mais inteligente do que parece à primeira vista.

Os coelhos, em geral, passam muito tempo fazendo autocatação, por isso não é necessário – nem recomendado – dar banho neles. Se ficarem sujos, é possível limpá-los com uma toalha úmida e eles se ocuparão do resto. É importante secá-los bem se ficarem muito molhados para evitar resfriados.

Como são presas no mundo animal, eles podem ser tímidos e ariscos. É importante criar um bom relacionamento com eles e desenvolver sua confiança em nós, pois pode ser necessário manuseá-los para a manutenção das unhas, dos pelos ou para tratamentos veterinários.

Cuidados do coelho borboleta

Se você vive com um desses charmosos lagomorfos, é importante levar em consideração uma série de cuidados específicos com eles. A seguir, vamos contar tudo sobre seus cuidados.

Alimentação do coelho borboleta

A alimentação é a parte mais importante do controle da saúde de um coelho: ele precisa desgastar continuamente os dentes e seu sistema digestivo fica rapidamente comprometido se o animal não comer o que deveria. O plano de alimentação do coelho borboleta é o seguinte:

  • Feno disponível a qualquer hora: é o alimento principal, já que costumam consumi-lo ao longo do dia.
  • Água fresca ad libitum: eles bebem muita água, por isso devem tê-la disponível e deve ser de qualidade.
  • Uma porção diária de vegetais frescos: principalmente folhas verdes, como escarola, alface-da-terra, folha de cenoura, rúcula ou folha de carvalho.
  • Uma porção diária de ração específica para coelhos, de preferência em pellets.
  • Prêmios: esses animais podem ganhar como prêmio um pellet de ração ou sementes, nunca alimentos processados ou com açúcar ou sal.

Você pode dividir a folha e a quantidade diária de ração em 2 ou 3 porções por dia. Esses alimentos não devem ser fornecidos ad libitum, pois os coelhos parariam de comer feno: é como deixar um hambúrguer para uma criança ao lado do prato de salada. Além disso, existem alguns alimentos que não são recomendados para eles, entre os quais se destacam:

  • Produtos feitos para humanos: pães, bolos, etc.
  • Tubérculos crus, como batata, cenoura ou abóbora.
  • Frutas muito doces: podem fermentar no intestino.
  • Couves: couve-flor, repolho e brócolis, entre outros.

Necessidades de acomodação

Quanto mais espaço o coelho borboleta tiver para se mover, melhor. O ideal é que ele fique solto o dia todo e a casa esteja preparada para possíveis acidentes – ou seja, não tenha fios expostos, objetos que podem ser comidos ou espaços para saltos perigosos – mas isso requer supervisão contínua do tutor e um processo de adaptação de ambas as partes.

Os coelhos gostam de subir em lugares altos para ter uma boa visão da paisagem, o que pode levar a quedas feias. A boa notícia é que eles tendem a escolher lugares favoritos, portanto, basta identificá-los e deixá-los seguros.

A gaiola, mais do que sua casa, deve ser um lugar onde o coelho se sinta confortável para comer e dormir. Se for necessário mantê-lo na gaiola por muito tempo – por motivos veterinários – ela deve ser grande o suficiente para que o animal possa se levantar e se mover. Tanto a gaiola quanto os espaços onde ele passa o dia devem ser limpos diariamente.

Se o coelho tiver acesso ao exterior, é muito importante garantir que ele não possa escapar pelo subsolo fazendo túneis. O recinto externo deve ser protegido de predadores e, se tiver jardins, nunca use produtos químicos que possam ser tóxicos para ele.

Saúde mental

Os coelhos são animais inteligentes que precisam de enriquecimento ambiental para não desenvolver problemas de comportamento. Os enriquecimentos que prolongam o tempo de sua refeição, como os dispensadores, são ideais. Além disso, existem caixas de areia comerciais – ou que podem ser feitas em casa – para estimular o seu comportamento de escavação.

Devido à sua natureza sociável, é necessário passar algum tempo com o animal e até mesmo encontrar outro companheiro não humano para ele. Adequadamente adaptados, podem se dar bem com outros coelhos castrados ou porquinhos-da-índia.

Manejo do coelho borboleta

A maneira correta de segurar um coelho é colando-o ao corpo com o braço, cobrindo seus olhos se ele estiver muito estressado. Segurá-lo pela pele das costas pode causar lesões na pele e nos músculos.

Por outro lado, é completamente proibido segurar os coelhos pelas orelhas: eles sentem muita dor e podem fraturar a coluna se o terço posterior não estiver apoiado.

Cuidado veterinário

O básico é um avaliação veterinária a cada 6 meses. Se o coelho borboleta tiver acesso ao exterior, deve estar em dia com as vacinas contra a mixomatose e a febre hemorrágica viral, além de ser desparasitado interna e externamente com regularidade.

A castração é uma opção altamente recomendada para evitar problemas no aparelho reprodutor, como tumores uterinos ou piometras. Além disso, dessa forma os comportamentos territoriais são acalmados nos machos, como a marcação.

Não há problemas específicos associados a essa raça, mas o crescimento dentário excessivo deve ser evitado em todos os coelhos com uma alimentação adequada, o que por sua vez evita problemas digestivos. Suas orelhas devem ser verificadas periodicamente e suas unhas cortadas. Aqui estão alguns sinais de doença que indicam urgência veterinária em coelhos:

  • Não comer e/ou defecar no período de um dia.
  • Prostração ou inatividade.
  • Cabeça inclinada.
  • Diarreia.
  • Paralisia do terço posterior ou postura anormal.
  • Respiração ruidosa.
  • Arrastar a barriga no chão.
Um coelho borboleta em sua gaiola.

 

Os coelhos são animais que, apesar de conviverem com humanos há muitos anos, não possuem um organismo totalmente adaptado para a vida em cativeiro. Antes de decidir por um deles como animal de estimação, é importante certificar-se de que todos os requisitos podem ser cumpridos, pois são seres delicados.

 

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