Características do Peixe Baiacu

Características do Peixe Baiacu

O baiacu é um peixe que possui um dos mais curiosos sistemas de defesa do reino animal. Quando ele se sente ameaçado por um predador ou quando fica assustado ou  irritado por algum outro motivo, o baiacu enche o corpo de água e o infla como se fosse uma bola de borracha ou uma bexiga. Esse comportamento o deixa com uma forma esférica e até três vezes maior do que o tamanho normal. Isso intimida e afasta o inimigo.

Esse peixe pode crescer até 60 centímetros de comprimento, mas o tamanho exato do baiacu varia de cada espécie. O animal pode ser encontrado em uma variedade de cores, o que dificulta a sua identificação quando não estão inflados. O baiacu normalmente tem a aparência de um grande girino, com os olhos esbugalhados e um focinho alongado.

Por possuir uma pele bastante elástica, o baiacu não “rasga” quando incha. A espinha dorsal desse peixe também é diferenciada. Toda vez que o sistema de defesa do peixe é ativado e desativado na sequência, a espinha flexível é capaz de se curvar e adaptar-se ao novo formato do corpo.

Baiacu Sem InflarBaiacu Sem Inflar

 

Quando o baiacu encontra-se completamente cheio, um tipo de válvula localizada na base da boca do peixe é empurrada na direção dos dentes. Assim, até que o peixe se sinta seguro, a água ou o ar armazenados no interior do corpo são impedidos de sair.

Os peixes pertencentes à família dos Diodontídeos são chamados de baiacus-de-espinho, devido aos grandes, grossos e triangulares espinhos que possuem ao longo de todo o corpo. Quando o animal infla, eles ficam mais visíveis a ameaçadores, o que contribui para a intimidação dos predadores.

Habitat e distribuição

Facilmente encontrado em águas costeiras, o baiacu tem preferência por ambientes de recifes de corais, embora esteja presente desde os costões das ilhas oceânicas até os estuários e mangues.

Baiacu InfladoBaiacu Inflado

 

Os baiacus podem ser encontrados em mares tropicais e temperados em praticamente todo o mundo, exceto águas frias. Inúmeras espécies marinhas podem frequentar água salobra durante alguma fase de sua vida ou em época de reprodução.

Estudos mostram que pelo menos 24 espécies de baiacus vivem exclusivamente em água doce, além de algumas poucas espécies que também podem viver em águas profundas, como é o caso do Sphoeroides pachygaster. Há também espécies não classificadas que “preferem” viver em águas totalmente poluídas. Mal nadador, ele quase nunca consegue escapar com facilidade dos predadores.

Alimentação

Os baiacus possuem dentes fortes que formam uma mordida afiada. Suas mandíbulas poderosas são usadas para quebrar pequenos animais e raspar algas de pedras. A dieta desse peixe inclui moluscos, lesmas e caranguejos.

Reprodução

As fêmeas liberam os folículos ovarianos os quais possuem alta concentração de tetraodotoxina na membrana vitelina, estimulando a liberação de espermatozóides pelos machos. O baiacu macho leva a fêmea para a costa, onde ela libera entre 3 e 7 ovos.

Os ovos do baiacu são extremamente leves e flutuam sobre a superfície da água até eclodirem em cerca de uma semana. Quando os ovos eclodem, o baiacu ainda não está totalmente desenvolvido.

Peixe Baiacu Filhote

filhote fica envolto em uma casca dura que o protege até que seus membros comecem a crescer. Quando o baiacu é grande o suficiente, ele vai nadar para o fundo do mar e integrar-se a comunidade. O processo reprodutivo acontece no período de setembro a janeiro de cada ano.

Veneno

O peixe baiacu possui Tetrodotoxina. Trata-se de uma neurotoxina 1.200 vezes mais mortal do que o cianeto. Apenas dois gramas dela são suficientes para matar uma pessoa. Já a quantidade total encontrada em único peixe é capaz de vitimar fatalmente 30 pessoas.

A substância não é fabricada pelos baiacus, mas por bactérias que ficam alojadas nos peixes. A maior concentração da toxina encontra-se nas vísceras e na pele do peixe.

Veneno do Baiacu

Criação em aquário

O baiacu é, para muitos, um peixe muito simpático. Deu vontade de ter um em casa? Então fique atento a algumas recomendações.

O tamanho do aquário vai variar de acordo com o tamanho da espécie escolhida. Baiacus de água doce, principalmente espécies da família Tetraodontidae, não chegam a tamanhos consideráveis, com algumas poucas exceções que podem alcançar tamanho entre 30 e 40 centímetros. As demais espécies variam seu tamanho entre 4 e 15 centímetros. As espécies mais comuns encontradas a venda no Brasil raramente ultrapassam 15 centímetros e são conhecidos como baiacus anões.

O aquário deve ter, no mínimo, capacidade para 100 litros se for abrigar espécies com menos de 20 centímetros. As dimensões mínimas do aquário devem apresentar em torno de 80 centímetros de frente e 40 centímetros de largura. Para espécies maiores que 20 cm, o aquário de 200 litros é o mais recomendado.

Baiacus possuem um apetite considerável. Consequentemente, eles produzem uma grande quantidade de carga orgânica, sendo obrigatório um bom sistema de filtragem para sua manutenção, assim como trocas parciais regulares de água para assegurar a qualidade da mesma.

A temperatura de 24ºC é considerada estável e ideal. Esses peixes costumam tolerar temperatura de até 30°C sem dificuldades. Vale lembrar que quanto maior a temperatura, maior será o metabolismo do peixe.

Algumas espécies de baiacus podem passar a vida toda em água doce, enquanto outras espécies podem preferir água salgada. Neste último caso, é indicada a adição de uma colher de sopa de sal marinho para cada cinco litros de água do aquário. É fundamental usar sempre sal marinho, evitando outros tipos de sais como o sal de cozinha.

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