Cachorro ajuda dono a se livrar do álcool e do cigarro e o acompanha nas corridas.

Cachorro ajuda dono a se livrar do álcool e do cigarro e o acompanha nas corridas.
Nas corridas de rua pela região de Barbacena, no interior de Minas, ele virou celebridade. Fiel e amigável, o cachorro Max mostra disposição para cumprir as provas na mesma passada do dono, o atleta Agnaldo Rodrigues. Mas a contribuição do pastor alemão vai muito além da companhia durante as competições. Ele ajuda Agnaldo na luta diária contra o álcool e o cigarro, drogas que ele abandonou há cinco anos, justamente a idade do cão.
– Eu bebia e fumava. Agora estou sem beber e fumar há cinco anos. Larguei dois vícios ruins e comecei a correr. Estava totalmente debilitado, mal dava uma volta no quarteirão do bairro e hoje corro 21 km. Fui adestrador há 20 e poucos anos e hoje tenho esse cachorro. O pessoal abraçou o Max aqui em Barbacena e ele virou o mascote das corridas. Ele tem cinco anos, comecei a correr com ele quando ele tinha sete meses. Já ganhou troféu e pódio comigo, é meu amigo mesmo, de superação. É um cão atleta – disse Agnaldo.
Agnaldo perdeu a visão do olho direito há mais de 20 anos devido a um descolamento de retina. Passou por nove cirurgias para tentar reverter o quadro, sem sucesso. A tristeza pela perda parcial da visão foi o gatilho para o consumo descontrolado de bebidas. Mas por ter comportamento tranquilo, ele não teve o problema identificado pela esposa, Elaine. Foi o olhar de criança de Maria Luiza, então com 10 anos, que percebeu que algo não estava certo.
– Quando pensei em parar de beber, ela apoiou. Com 10 anos ela falou: “Pai, vou treinar com o senhor”. Ela começava a correr e eu ia atrás dela. Hoje ela me acompanha. Minha mulher achava que eu não tinha problema com álcool, porque eu não era agressivo nem nada. Mas foi eu parar de usar álcool que minha saúde melhorou e ela percebeu. Hoje sou muito feliz.
A disposição de Maria Luiza, de 15 anos, para ajudar não ficou só nos treinos e provas. Ela também frequenta desde o início as reuniões dos Alcoólicos Anônimos com o pai. Os dois falam abertamente sobre o assunto na esperança de incentivar outras pessoas a buscar ajuda e inspirar mudanças positivas.
– Para mim é muito gratificante, porque meu pai mudou muito, ficou mais feliz, tem o Max como companheiro. Quando ele corria sozinho não era tão inspirador quanto com o cachorro. Isso foi mudando a vida dele. No AA eu também participo das reuniões às vezes. Ele sempre se emociona quando faz os depoimentos dele. Na nossa primeira corrida fomos a um morro e meu pai não estava aguentando nada, porque ele fumava. Cheguei lá no topo e fiquei esperando por ele. Nunca mais esquecemos esse dia, porque agora eu fico atrás dele. Corri a Corrida de São José e fiquei em terceiro lugar nos 5 km. Quase morri (risos), mas cheguei! – contou Maria.
A prova mais recente de Agnaldo foi a 16ª Corrida dos Bombeiros, no último domingo, em Barbacena. A próxima será o 7° Desafio Rivelli, em 18 de agosto. E Max estará novamente ao lado do dono orgulhoso.
– Todo mundo já abraçou meu cachorro nas corridas rústicas da região. Vira e mexe o pessoal tira foto. Fico muito feliz do povo abraçar o cachorro, ter o maior carinho por ele. Se meu cachorro pudesse falar, iria agradecer.

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