Bronquite Felina

Bronquite Felina
O termo bronquite refere-se à inflamação de uma parte do trato respiratório ou vias aéreas menores, chamadas de brônquios. Esta “região” é uma ramificação da traqueia e está localizada na entrada dos pulmões e permite o transporte de ar para dentro e para fora dos pulmões.
A bronquite felina também é chamada de asma, porém este termo é um pouco enganoso/confuso, pois a asma em pessoas refere-se principalmente a constrição reversível dos músculos das paredes dos brônquios. Já a bronquite está associada ao inchaço das paredes do brônquio que causam passagem estreitada e obstrução das vias aéreas por tampões de muco ou outras secreções, que ajudam estreitar ainda mais esses tubos. Alguns gatos possuem asma verdadeira, enquanto outros tem bronquite. Clinicamente essa diferença é observada pela variação na gravidade dos sinais e na resposta a terapia.
Não se trata de uma doença específica, mas sim um diagnóstico descritivo. Em muitos gatos a bronquite é idiopática, ou seja, sem causa definida. Todavia, algumas doenças tratáveis que podem estar associadas à bronquite felina devem ser consideradas na avaliação diagnóstica, como bronquite alérgica, infecção bacteriana ou por micoplasma, parasitas pulmonares e dirofilariose.
Causas e Sinais Clínicos:
A bronquite pode ser aguda (de curta duração) e associada a lesões reversíveis na estrutura das vias aérea.
Pode também ser crônica (de longa duração geralmente 2-3 meses) e associada com mudanças permanentes e irreversíveis das vias aéreas.
A bronquite e a asma podem ocorrer ao mesmo tempo e podem ser causadas por infecções bacterianas, parasitas, alergias ou irritantes inalados, mas em muitos casos a causa básica não pode ser encontrada.
É sabido, no entanto, que fumaça, agentes poluentes e irritantes (incluindo granulado da caixa de areia dos gatos e produtos de limpeza domésticos), alergias, infecções e o convívio com fumantes favorecem o aparecimento dos sinais clínicos.
Os sinais clínicos mais comuns incluem tosse constante, cíclica ou sazonal, respiração difícil, sensibilidade em traqueia e sons pulmonares alterados á auscultação. – estes são todos os sintomas que o Banzé apresenta.
Episódios de tosse podem ser confundidos com vômitos, quando eles apresentam tosse intensa seguida por ânsia. A respiração pode ser rápida e exigir esforço, nos casos mais severos podem ser ouvido chiados e ruídos com movimentos expiratórios prolongados, além de angústia respiratória, cianose (mucosas arroxeadas causado pela má oxigenação) e respiração com a boca aberta (principalmente nos gatos gravemente acometidos).
Pacientes com bronquite crônica tem melhoras e pioras, mas nunca estão normais, períodos de normalidade entre as crises sugerem que o animal tenha asma.
Diagnóstico:
O diagnóstico da bronquite é feito baseado no histórico de tosse crônica com duração de dias ou meses na ausência de outra doença ativa, bem como na presença de alterações características nas radiografias torácicas. Porém nem todos pacientes com bronquite apresentarão alterações nas radiografias.
Em alguns casos mais severos ou quando há necessidade de descartar outras doenças concomitantes, exames mais invasivos podem ser importantes, entre eles citologia bronco pulmonar, cultura de lavado traqueobronquial (para detecção de infecção bacteriana), broncoscopia e biópsia com histopatológico.
A broncoscopia é importante nos casos onde há suspeita de bronquite crônica associada a colapso de traqueia.
Cada caso deve ser cuidadosamente investigado em relação a associação com exposição a alérgenos em potencial, como uma nova cama, fumaça de cigarro ou de lareiras, produtos de limpeza para carpetes ou produtos domésticos que contenham perfumes como desodorantes e spray. Reforma recente ou outra mudança no ambiente do animal também pode ser fonte de alérgenos (substâncias que causam alergias).
É importante descartar outras causas de tosse crônica, como insuficiência cardíaca congestiva, infestação por dirofilariose, pneumonia, tumor em pulmão, Infecção pulmonar (bacteriana, fúngica, parasitária, viral, protozoários), efusão pleural (principalmente nos gatos, tais como: quilotórax, piotórax), tromboembolismo pulmonar, pneumotórax entre outras causas.
E esta tarefa pode ser complicada, pois comumente a bronquite crônica é uma doença de gatos velhos, e estes animais também podem apresentar outras doenças concomitantes que também podem levar a tosse.
Tratamento
O tratamento é basicamente sintomático, com tratamento específico possível apenas para doenças subjacentes ou complicantes que possam ser identificadas, cada caso deve ser tratado individualmente, já que os animais com bronquite podem apresentar diferentes estágios da doença bem como presença ou ausência de doença cardiopulmonar concomitante ou infecção secundária.
Os animais obesos devem passar por uma dieta para redução do peso para diminuir o trabalho associado a respiração.
É importante que o gato com bronquite tenha reavaliações periódicas com o veterinário, pois a dose das medicações poderão sofrer ajustes. O prognóstico da doença é variável, se a causa básica da doença puder ser identificada e eliminada o prognóstico é excelente, por outro lado se já ocorreu lesão permanente nas vias aéreas, a doença não pode ser curada. Mas com tratamento clínico adequado os sinais podem ser amenizados e as lesões brônquicas podem ser interrompidas ou reduzidas. Alguns animais que sofrem de crises graves podem morrer de insuficiência respiratória, apesar do tratamento.

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