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Muitos tutores já ouviram falar de berne em cachorro. Mesmo assim, é comum encarar o problema como algo de outro mundo. Ou melhor: como algo frequente em pets abandonados, mas que dificilmente pode acometer o cãozinho que mora com a gente.
De fato, se você mora em apartamento e/ou não tem o costume de deixar o pet ao ar livre, é improvável que ele sofra com a temida berne. Já para cães que vivem em casas e passam boa parte do tempo no jardim, é bom ficar atento!
Algumas situações físicas e ambientais podem favorecer o surgimento da doença.
A seguir, confira a resposta para algumas das principais dúvidas sobre cachorro com berne!
Afinal, o que é a berne em cachorro?
De uso popular, o termo berne refere-se a uma das manifestações da doença, conhecida como miíase, especificamente à miíase furunculoide. “É uma afecção causada pela presença de larvas de moscas em tecidos. Estas larvas se nutrem de tecidos vivos do hospedeiro”, explica a Dra. Vivian Carvalho, médica-veterinária da Petz.
É a chamada miíase primária ou furunculoide. “Nela, os ovos da mosca são depositados sobre a pele sadia. Quando eclodem, as larvas invadem o tecido cutâneo do hospedeiro”, diz.
Há diferentes espécies de mosca que podem estar envolvidas no surgimento da miíase. No caso da berne, as principais “culpadas” são as larvas da mosca Dermatobia hominis, a famosa mosca-varejeira. Por esse motivo, a berne também é conhecida como dermatobiose.
Como ocorre a infestação?
Ao contrário do que muitos pensam, não é a própria mosca-varejeira que coloca os ovos sobre a pele do pet. Na verdade, elas depositam os ovos no abdômen de outras moscas mais comuns, como a mosca-doméstica, que vão transmiti-los ao hospedeiro.
Em contato com a pele ainda sadia do cachorro, os ovos costumam eclodir em até sete dias. A seguir, as larvas invadem o tecido saudável e passam a se alimentar dele até completarem o seu ciclo, o que leva em média 40 dias. Depois disso, a larva sai da pele do cachorro e se torna pupa, deixando uma ferida aberta e inflamada.
Como identificar a berne em cachorro?
Os sintomas da berne estão associados à entrada, movimentação e ataque aos tecidos pelas larvas. Tudo isso provoca muita dor e desconforto ao pet. Se não tratadas, as feridas causadas pelas larvas tendem a infeccionar, o que pode provocar abscessos, hemorragias, toxemias e até amputações.
Por isso mesmo, quanto antes a berne for diagnosticada, melhor será o prognóstico do seu amigo e mais rápido será iniciado o tratamento de berne no cachorro. Entre os principais sintomas da berne estão:
- Lesões na pele de odor fétido;
- Inchaço da região afetada;
- Coceira ou lambedura da área atingida;
- Claudicação (quando atinge as patas);
- Dor local;
- Falta de apetite,
- Perda de peso.
O buraco deixado pela larva ao entrar na pele costuma ficar aberto para que as larvas possam respirar, o que contribui para a inflamação.
Como é o diagnóstico e o tratamento da berne?
De acordo com a Dra. Vivian Carvalho, antes de administrar o remédio para matar berne em cachorro, o diagnóstico da miíase costuma ser feito por meio do exame clínico, sem a necessidade de exames laboratoriais.
“Observa-se normalmente uma ferida aberta com odor fétido e característico. Frequentemente também podem ser observadas as larvas na fístula, circundadas por tecido necrosado”, explica a veterinária.
“Para tirar berne de cachorro o médico-veterinário fará a remoção das larvas intactas com a ajuda de pinças, sendo que normalmente é necessária a sedação para realizar o procedimento”, diz a especialista.
Feito isso, o passo seguinte é a limpeza das feridas e a remoção dos tecidos necrosados. “Também pode ser necessária a administração de remédio para berne em cachorro, que são antibióticos sistêmicos e tópicos ou larvicidas”, completa Vivian.
O que é bom para tirar a berne? É verdade que o bacon funciona?
Um dos truques mais famosos para remover a berne é colocar um pedaço de toucinho na ferida aberta pelas larvas. Diz a sabedoria popular que, como muitas pessoas, as larvas também não resistem ao cheiro do alimento, “correndo” em direção a ele.
De fato, colocar um bom pedaço de toucinho em cima da ferida realmente atrai as larvas, mas não porque elas queiram se alimentar dele. Na verdade, ao colocar o alimento sobre a ferida, acabamos por tapar a entrada de ar necessária à respiração das larvas.
Com isso, elas se direcionam até o local e passam a roer o toucinho, a fim de desobstruir a passagem. O problema dessa técnica é que ela não é 100% eficaz. Algumas larvas (ou pedaços delas) podem continuar no tecido subcutâneo do cachorro, provocando inflamações. Portanto, não deixe de procurar um médico-veterinário para que ele administre o remédio para berne em cachorro.
O que fazer para prevenir a berne em cães?
Ao contrário do que muitos pensam, a berne não é um problema exclusivo de pets abandonados. “Animais de estimação com problemas crônicos de pele ou alterações de mobilidade também são mais suscetíveis a desenvolverem a doença”, diz Vivian.
Manter a higiene do seu cãozinho é uma medida importante para evitar esse e outros problemas. Considerando que as moscas são as grandes responsáveis por depositar os ovos na pele do cão, as medidas preventivas são no sentido de manter esses insetos afastados.
- Mantenha o ambiente do cachorro limpo. O excesso de fezes e de lixo serve de atrativo para as moscas;
- Utilize coleiras e sprays antimoscas. Eles diminuem o risco de o inseto pousar na pele do seu amigo,
- Fique atento a possíveis feridas na pele do cachorro, especialmente se ele for mantido na área externa. Lesões na pele facilitam a entrada dos ovos.
