Azulona

A azulona é um Tinamiforme da família Tinamidae. Conhecida também como inhambu-açu, itona (Mato Grosso), inhambu-peba e peva (Amazonas), inhambu-tona, inamu e ubu (nomes indígenas, Mato Grosso). Inambu, em tupi, deriva de y (= o que) + am (= em pé) + bur (emergir), enquanto açu significa “grande”.

Nome Científico

Seu nome científico significa: do idioma (galibi) de Caiena tinamú = nome específico para esta espécie de ave; e do (grego) taös = pavão. ⇒ Pavão Tinamú. De acordo com Temminck(1815) este tinamideo era conhecido como Grey Timamou no estado do Pará no Brasil. No Brasil, muitos Tinamideos são conhecidos coloquialmente como Jaó (Tinamus).

Características

A azulona (Tinamus tao) é uma ave cinegética encontrada na Amazônia brasileira e na bacia do alto Paraguai, exclusivamente em áreas da mata-de-terra-firme. Possui mandíbula amarelada e pernas cinza-azuladas, coroa e pescoços escuros, com garganta e faixa no lado do pescoço escamadas de preto e branco. Por cima, cinza oliváceo escuro, com barras e vermiculações pretas. Por baixo, cinza-acastanhado mais claro; crisso ruivo. Sua coloração é de tom cinza-ardósia com matiz azulado. Mede entre 43 e 52 centrímetros e cerca de 1,9 quilos ou mais.

Possui maior distância de fuga à aproximação (mais arisca) que o macuco (Tinamus solitarius), e quem já a viu de perto observa que possui cauda maior que aquele, evidenciando adaptação para maior capacidade de voo, possivelmente por evoluir num ambiente com maior pressão de predadores. Outra evidência disso é o fato de que a azulona pia muito menos que o macuco, provavelmente para reduzir as chances de sua localização. — Marcos Massarioli

As estreitas afinidades entre o macuco e a azulona sempre foram objeto das cogitações dos sistematas que os estudaram. As diferenças entre eles estão, praticamente, no colorido, já que, morfologicamente, são idênticos. Apenas no peso, os dados acusam pequena vantagem para a azulona. É provável que macuco e azulona venham de um ancestral comum e que, por razões climáticas, tenham sido separados pela ocorrência de soluções de continuidade entre as áreas florestadas da Amazônia e do Sudeste (Mata Atlântica). Mantiveram muita coisa em comum, como a voz, igualmente eficiente para ambas, nos biótopos semelhantes em que remanesceram. A azulona apresenta subespécies ou raças geográficas, ao longo de suas áreas de ocorrência, onde divide o habitat com outros representantes do gênero Tinamus, como o inhambu-galinha (Tinamus guttatus) e o inhambu-de-cabeça-vermelha (Tinamus major), este encontrado na mata-de-várzea.

Subespécies

Possui quatro subespécies:

  • Tinamus tao tao Temminck, 1815 – ocorre no centro e norte do Brasil até a fronteira do leste do Peru e Bolívia;
  • Tinamus tao septentrionalis Brabourne & Chubb, 1913 – ocorre no nordeste da Venezuela e no noroeste da Guiana;
  • Tinamus tao larensis Phelps & Phelps, 1949 – ocorre nas florestas Montane do centro da Colômbia e no noroeste da Venezuela;
  • Tinamus tao kleei (Tschudi, 1843) – ocorre do centro-sul da Colômbia até o leste do Equador, leste do Peru, leste da Bolívia e no oeste do Brasil.

(Clements checklist, 2014).

Alimentação

Alimenta-se de frutos, folhas, insetos, pequenas aranhas e caramujos.

Reprodução

Faz ninho no chão, pondo de 2 a 9 ovos azul-esverdeados, em depressões do terreno ou próximo à base de árvores.

Em observações de campo conduzidas pelo ornitólogo José Carlos Reis de Magalhães, encontrou-se a relação de sexos de dois machos para cada fêmea, que a postura era, sempre, de três ovos e que as fêmeas acasalam duas vezes na estação, com dois machos diferentes e consecutivos. A estratégia reprodutiva da azulona indica que a espécie tem estado sujeita a fortes pressões predatórias, tendo assim caminhado, evolutivamente, para a solução de reduzir a postura para três ovos e fazer duas posturas por ano, reduzindo riscos.

Uma peculiaridade sobre os ovos da azulona está no fato de serem quase perfeitamente esféricos, em nada oblongos como os de Tinamus solitarius, porém idênticos na coloração verde-azulada. — Marcos Massarioli 2011/04/21 12:41

Hábitos

Espécie florestal, uma das maiores da família. Solitária, vive no chão de matas bem preservadas e pernoita empoleirada em galhos baixos de florestas úmidas de terra firme.

Distribuição Geográfica

Amazônia brasileira, na região ao sul do rio Amazonas, compreendida entre o oeste do Maranhão e a margem direita do rio Madeira. Encontrada também nas florestas de galeria existentes nos cerrados do Brasil Central, no Mato Grosso, oeste de Goiás e norte do Tocantins, bem como na Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela e Guiana.

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